Como antes tentarei responder aqui algumas questões comuns para a análise de Elantris, primeiro quanto ao valor da obra.
Como dito em uma de minhas análises anteriores (Almeida, jul.2020) começamos a ler quando começamos a estabelecer relações com o nosso entorno, assim a interpretação e valores são percepções do próprio leitor.
O valor da obra acaba se definindo conforme o diálogo entre o autor e o leitor vai sendo construído durante a jornada da leitura.
Elantris traz uma leitura fácil e simplista, na minha opinião. Dividido em poucos capítulos, mas esses separados em partes, inteligentemente finalizadas como Cenas de uma peça, onde três pontos de vista da mesma história são contados e trazem certo frescor a obra.
Em determinado ponto eu acreditei que essas três histórias se afunilariam de fato em uma única narrativa, isso seria inteligente e teria me agradado se não tivesse acontecido de maneira confusa e vertiginosa apenas no desenlace da obra.
Infelizmente a simplicidade da escrita também trouxe certa pobreza de vocabulário, neste pondo não sei se isso representa o autor ou o tradutor.
Coisas como, dizer que a comunicação a distância proporcionada por uma criatura mágica foi “desligada” ou tratar os habitantes de um novo mundo, com muitas raças novas simplesmente por “humanos” são alguns exemplos simples de como se quebrar a magia da leitura Fantástica.
Em contraponto a apresentação das personagens é inteligente acontecendo aos poucos em cenas distantes, primeiro seus nomes são citados sem intenção, depois alguma história sobre o mesmo e por fim seu verdadeiro papel na trama.
Não há desperdício, todas as personagens e acontecimentos estão diretamente relacionados a trama. As personagens principais são o “Centro do Mundo” neste livro.
Infelizmente creio que a inexperiência do autor em seu primeiro livro faz com que essas características tornem a trama simplista, obvia e previsível em função desse aproveitamento e, ainda pior, as repostas aos enigmas são apresentadas de uma única vez, e apesar de relacionadas as histórias contadas anteriormente o autor não se arrisca em dar chance ao leitor de decifra-las antecipadamente.
Machado (Machado, 2020) diz que: "A língua no romance não é só representada, mas ela própria é objeto de representação". Dessa forma isso empobrece para mim a obra, não como experiência de leitura, mas em conteúdo.
Já para comparar diferentes experiências de leitura tenho dito que se partirmos de um mesmo leitor, um mesmo crítico, isso se faz possível. Assim, ler várias críticas de um mesmo autor, deve melhorar a percepção de valor deste. Por isso venho buscando responder as mesmas questões a cada leitura.
No caso de Elantris, que lemos pela escolha de uma “Obra de Fantasia”, se faz necessário definir a própria “Fantasia”, assim como uma “Obra do Gênero”.
Monteiro (Monteiro, 2020) diz que "o fantástico pode ser definido primeiramente como um modo, uma categoria meta-histórica que enuncia o que é impossível, inverosímil ou irreal", mas "o que acontece no mundo fantástico obedece a uma lógica identificável e tranquilizadora, logo adquire a qualidade de <<possível>>".
Enquanto a obra do gênero Colin Manlove (em Modern Fantasy, 1975) define como "uma ficção que suscite estranheza, e que contenha um princípio substancial e irredutível de mundos, seres ou objetos sobrenaturais ou impossíveis com os quais as personagens da história, ou os leitores, alcancem um certo grau de intimidade".
Em outra análise (Almeida, ago.2020) definimos que tudo pode ser contado pelo Romance, pela “Proza Romancesca”, então aqui tratarei Elantris por Romance de Fantasia, onde a fantasia passa pelo filtro da “Proza Romancesca” em diálogo entro o autor e o leitor.
Também Monteiro (Monteiro, 2020) completa que o Romance de Fantasia é aquele em que a Fantasia é o ponto central, em que a Trama gira em torno deste elemento fantástico necessariamente, isso diferencia de outros gêneros que apenas abrem mão do Fantástico como elemento isolado.
“A eternidade terminou a dez anos”. “Era como se Elantris estivesse empenhada em morrer, uma cidade cometendo suicídio”. Esses trechos definem bem o ponto central da obra, uma cidade mágica e sua maldição.
Dessa forma o livro deveria ser comparado a outros cujo o elemento central também seja Fantástico. Aqui compararei com as obras de Tolkien que, de acordo com Monteiro (Monteiro, 2020), " abriu o caminho que muitos trilharam depois, descobrindo novas vozes, novos mundos fantásticos, muitas vezes oferecendo apenas formas eficazes de escapismo."
Que eu creio ser o grande mérito de Elantris, uma “forma eficaz de escapismo” da realidade. Leitura fácil e fluída, mas que provavelmente não acrescentará, nem mesmo ao seu repertório fantástico se já tiver um.
“- Esses livros contém muita informação.
- De fato – Raoden concordou – Ainda que os eruditos que os escreveram possam ser frustradamente pouco claros. Ainda falta muito estudo para encontrar respostas para questões específicas.”
“Tudo bem, sule. Não invejo sua tarefa. A vida teria sido muito mais simples se o seu povo não tivesse passado tanto tempo inventando um alfabeto. Kolo?”
“Surpreendentemente, há pouca informação sobre a Fjorden moderna - Sarene disse, espiando as folhas de um livro grande que quase precisara da ajuda de Raoden para carrega-lo.”
A última frase define bem o próprio Elantris. Um livro grande como “O Silmarillion”, na verdade com 200 páginas a mais, mas com a mesma profundidade de “O Hobbit” um livro quase infantil, se não o for, com a metade do número de páginas. Ou seja, apesar da leitura simples o livro não traz complexidade e se trata de uma boa obra de acesso ao gênero.
Romance como dito anteriormente (Almeida, jul.2020) se caracteriza também pela oferta de “caminhos” ao leitor por sua trama, permitindo uma imersão e buscando a catarse.
Elantris apresenta a história sob três perspectivas, de três personagens relacionadas que são o centro do universo da obra. Todas as demais personagens ou fatos são apresentados em, ao menos, três momentos, então quando algo é citado mais de uma vez, provavelmente está intrinsicamente ligado a trama central da história.
Mesmo sendo uma escrita inteligente o livro vai ganhando um ritmo mais rápido conforme avança, terminando em uma vertiginosa avalanche de revelações impossíveis de serem vislumbradas antes pelos leitores. Apesar da técnica no início criar uma sensação de caminhos, por fim a história se mostra estática.
Outro ponto é que, exceto pelas localidades e personagens principais, o autor não tem uma grande preocupação com descrições, creio que a fim de manter um ritmo simples de leitura, assim, muito do mundo fica realmente a cargo do leitor.
Se há uma contribuição ao gênero é a preocupação da obra com as questões Políticas, realmente pouco exploradas nas obras de Tolkien, por exemplo, mas ainda assim apenas superficialmente.
Dentro desta questão o livro demonstra a servidão cega, tanto a “Autoridades” políticas quanto a religiosas, e os malefícios desta. Em sincronia com nossa atualidade, também demonstra a necessidade da sociedade da criação de Mitos, Falsos Heróis, para guiá-la. Além de abordar as questões de castas e importância do Status.
Quanto ao controle religioso o livro trouxe a construção de uma religião fantástica dominante, que para mim soou baseada na arte da guerra, senão propositada deve ter sido uma influência do autor.
Ao mesmo tempo em que apresenta o protagonismo e força feminina personificadas também traz um discurso machista, com preconceito de “gêneros sexuais” e determina um papel secundário claro da mulher na sociedade. Talvez parte da crítica, talvez um posicionamento do autor, foi difícil para mim distinguir isso.
E, como um bom conto romântico, a obra ressalta a importância dos sonhos e propósito para as grandes realizações, um romantismo resgatado, uma relação impossível, mas aparentemente inevitável também está presente. A história mais velha do mundo.
Porém, Necropoles, Maldições, Escritas mágicas e outros temas Fantásticos que o livro utiliza não são acrescimos ao gênero, apenas releituras, na minha visão, bastante simples.
Para leitores ou amantes da Fantasia o livro não apresenta muitas novidades, trata-se de “Romeu e Julieta”, o amor impossível, mas inevitável, em torno de uma cidade e sua maldição. Porém, para demais leitores, é uma obra de introdução a fantasia de fácil leitura e sem aprofundamento, leve e, a despeito do enorme número de páginas, muito rápida.
Almeida, Davi F. M. O Livro. Disponível em https://clubeentrelinhas.blogspot.com/2020/08/o-livro.html. Publicado em 14.ago.2020. Acessado em 07.set.2020.
Sanderson, Brandon. Elantris. São Paulo: Leya, 2012.
Machado, Irene A. A teoria do romance e a análise estético-cultural de M. Bakhtin. Disponível em http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25539/27284. Maio.1990. Acessado em 11.ago.2020.
Martins, Maria H. Outras leituras: literatura, televisão, jornalismo de arte e cultura, linguagem interagente. São Paulo: Editora SENAC São Paulo: Itaú Cultural, 2000.
Monteiro, Maria do Rosario. A afirmação do impossível. Jornal de Letras, Artes e Ideias. Disponível em https://run.unl.pt/bitstream/10362/16148/1/A%20Afirma%C3%A7%C3%A3o%20do%20imposs%C3%ADvel%20JL.pdf. Portugal: 2005. Acessado em 01.set.2020.
Tolkien, J. R. R. O Hobbit. WMF Martins Fontes, 2013.
Tolkien, J. R. R. O Silmarillion. HarperCollins, 2019.
Como dito em uma de minhas análises anteriores (Almeida, jul.2020) começamos a ler quando começamos a estabelecer relações com o nosso entorno, assim a interpretação e valores são percepções do próprio leitor.
O valor da obra acaba se definindo conforme o diálogo entre o autor e o leitor vai sendo construído durante a jornada da leitura.
Elantris traz uma leitura fácil e simplista, na minha opinião. Dividido em poucos capítulos, mas esses separados em partes, inteligentemente finalizadas como Cenas de uma peça, onde três pontos de vista da mesma história são contados e trazem certo frescor a obra.
Em determinado ponto eu acreditei que essas três histórias se afunilariam de fato em uma única narrativa, isso seria inteligente e teria me agradado se não tivesse acontecido de maneira confusa e vertiginosa apenas no desenlace da obra.
Infelizmente a simplicidade da escrita também trouxe certa pobreza de vocabulário, neste pondo não sei se isso representa o autor ou o tradutor.
Coisas como, dizer que a comunicação a distância proporcionada por uma criatura mágica foi “desligada” ou tratar os habitantes de um novo mundo, com muitas raças novas simplesmente por “humanos” são alguns exemplos simples de como se quebrar a magia da leitura Fantástica.
Em contraponto a apresentação das personagens é inteligente acontecendo aos poucos em cenas distantes, primeiro seus nomes são citados sem intenção, depois alguma história sobre o mesmo e por fim seu verdadeiro papel na trama.
Não há desperdício, todas as personagens e acontecimentos estão diretamente relacionados a trama. As personagens principais são o “Centro do Mundo” neste livro.
Infelizmente creio que a inexperiência do autor em seu primeiro livro faz com que essas características tornem a trama simplista, obvia e previsível em função desse aproveitamento e, ainda pior, as repostas aos enigmas são apresentadas de uma única vez, e apesar de relacionadas as histórias contadas anteriormente o autor não se arrisca em dar chance ao leitor de decifra-las antecipadamente.
Machado (Machado, 2020) diz que: "A língua no romance não é só representada, mas ela própria é objeto de representação". Dessa forma isso empobrece para mim a obra, não como experiência de leitura, mas em conteúdo.
Já para comparar diferentes experiências de leitura tenho dito que se partirmos de um mesmo leitor, um mesmo crítico, isso se faz possível. Assim, ler várias críticas de um mesmo autor, deve melhorar a percepção de valor deste. Por isso venho buscando responder as mesmas questões a cada leitura.
No caso de Elantris, que lemos pela escolha de uma “Obra de Fantasia”, se faz necessário definir a própria “Fantasia”, assim como uma “Obra do Gênero”.
Monteiro (Monteiro, 2020) diz que "o fantástico pode ser definido primeiramente como um modo, uma categoria meta-histórica que enuncia o que é impossível, inverosímil ou irreal", mas "o que acontece no mundo fantástico obedece a uma lógica identificável e tranquilizadora, logo adquire a qualidade de <<possível>>".
Enquanto a obra do gênero Colin Manlove (em Modern Fantasy, 1975) define como "uma ficção que suscite estranheza, e que contenha um princípio substancial e irredutível de mundos, seres ou objetos sobrenaturais ou impossíveis com os quais as personagens da história, ou os leitores, alcancem um certo grau de intimidade".
Em outra análise (Almeida, ago.2020) definimos que tudo pode ser contado pelo Romance, pela “Proza Romancesca”, então aqui tratarei Elantris por Romance de Fantasia, onde a fantasia passa pelo filtro da “Proza Romancesca” em diálogo entro o autor e o leitor.
Também Monteiro (Monteiro, 2020) completa que o Romance de Fantasia é aquele em que a Fantasia é o ponto central, em que a Trama gira em torno deste elemento fantástico necessariamente, isso diferencia de outros gêneros que apenas abrem mão do Fantástico como elemento isolado.
“A eternidade terminou a dez anos”. “Era como se Elantris estivesse empenhada em morrer, uma cidade cometendo suicídio”. Esses trechos definem bem o ponto central da obra, uma cidade mágica e sua maldição.
Dessa forma o livro deveria ser comparado a outros cujo o elemento central também seja Fantástico. Aqui compararei com as obras de Tolkien que, de acordo com Monteiro (Monteiro, 2020), " abriu o caminho que muitos trilharam depois, descobrindo novas vozes, novos mundos fantásticos, muitas vezes oferecendo apenas formas eficazes de escapismo."
Que eu creio ser o grande mérito de Elantris, uma “forma eficaz de escapismo” da realidade. Leitura fácil e fluída, mas que provavelmente não acrescentará, nem mesmo ao seu repertório fantástico se já tiver um.
“- Esses livros contém muita informação.
- De fato – Raoden concordou – Ainda que os eruditos que os escreveram possam ser frustradamente pouco claros. Ainda falta muito estudo para encontrar respostas para questões específicas.”
“Tudo bem, sule. Não invejo sua tarefa. A vida teria sido muito mais simples se o seu povo não tivesse passado tanto tempo inventando um alfabeto. Kolo?”
“Surpreendentemente, há pouca informação sobre a Fjorden moderna - Sarene disse, espiando as folhas de um livro grande que quase precisara da ajuda de Raoden para carrega-lo.”
A última frase define bem o próprio Elantris. Um livro grande como “O Silmarillion”, na verdade com 200 páginas a mais, mas com a mesma profundidade de “O Hobbit” um livro quase infantil, se não o for, com a metade do número de páginas. Ou seja, apesar da leitura simples o livro não traz complexidade e se trata de uma boa obra de acesso ao gênero.
Romance como dito anteriormente (Almeida, jul.2020) se caracteriza também pela oferta de “caminhos” ao leitor por sua trama, permitindo uma imersão e buscando a catarse.
Elantris apresenta a história sob três perspectivas, de três personagens relacionadas que são o centro do universo da obra. Todas as demais personagens ou fatos são apresentados em, ao menos, três momentos, então quando algo é citado mais de uma vez, provavelmente está intrinsicamente ligado a trama central da história.
Mesmo sendo uma escrita inteligente o livro vai ganhando um ritmo mais rápido conforme avança, terminando em uma vertiginosa avalanche de revelações impossíveis de serem vislumbradas antes pelos leitores. Apesar da técnica no início criar uma sensação de caminhos, por fim a história se mostra estática.
Outro ponto é que, exceto pelas localidades e personagens principais, o autor não tem uma grande preocupação com descrições, creio que a fim de manter um ritmo simples de leitura, assim, muito do mundo fica realmente a cargo do leitor.
Se há uma contribuição ao gênero é a preocupação da obra com as questões Políticas, realmente pouco exploradas nas obras de Tolkien, por exemplo, mas ainda assim apenas superficialmente.
Dentro desta questão o livro demonstra a servidão cega, tanto a “Autoridades” políticas quanto a religiosas, e os malefícios desta. Em sincronia com nossa atualidade, também demonstra a necessidade da sociedade da criação de Mitos, Falsos Heróis, para guiá-la. Além de abordar as questões de castas e importância do Status.
Quanto ao controle religioso o livro trouxe a construção de uma religião fantástica dominante, que para mim soou baseada na arte da guerra, senão propositada deve ter sido uma influência do autor.
Ao mesmo tempo em que apresenta o protagonismo e força feminina personificadas também traz um discurso machista, com preconceito de “gêneros sexuais” e determina um papel secundário claro da mulher na sociedade. Talvez parte da crítica, talvez um posicionamento do autor, foi difícil para mim distinguir isso.
E, como um bom conto romântico, a obra ressalta a importância dos sonhos e propósito para as grandes realizações, um romantismo resgatado, uma relação impossível, mas aparentemente inevitável também está presente. A história mais velha do mundo.
Porém, Necropoles, Maldições, Escritas mágicas e outros temas Fantásticos que o livro utiliza não são acrescimos ao gênero, apenas releituras, na minha visão, bastante simples.
Para leitores ou amantes da Fantasia o livro não apresenta muitas novidades, trata-se de “Romeu e Julieta”, o amor impossível, mas inevitável, em torno de uma cidade e sua maldição. Porém, para demais leitores, é uma obra de introdução a fantasia de fácil leitura e sem aprofundamento, leve e, a despeito do enorme número de páginas, muito rápida.
Fontes
Almeida, Davi F. M. Por que ler Vidas Secas. Disponível em https://clubeentrelinhas.blogspot.com/2020/07/por-que-ler-vidas-secas.html. Publicado em 26.jul.2020. Acessado em 07.set.2020.Almeida, Davi F. M. O Livro. Disponível em https://clubeentrelinhas.blogspot.com/2020/08/o-livro.html. Publicado em 14.ago.2020. Acessado em 07.set.2020.
Sanderson, Brandon. Elantris. São Paulo: Leya, 2012.
Machado, Irene A. A teoria do romance e a análise estético-cultural de M. Bakhtin. Disponível em http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25539/27284. Maio.1990. Acessado em 11.ago.2020.
Martins, Maria H. Outras leituras: literatura, televisão, jornalismo de arte e cultura, linguagem interagente. São Paulo: Editora SENAC São Paulo: Itaú Cultural, 2000.
Monteiro, Maria do Rosario. A afirmação do impossível. Jornal de Letras, Artes e Ideias. Disponível em https://run.unl.pt/bitstream/10362/16148/1/A%20Afirma%C3%A7%C3%A3o%20do%20imposs%C3%ADvel%20JL.pdf. Portugal: 2005. Acessado em 01.set.2020.
Tolkien, J. R. R. O Hobbit. WMF Martins Fontes, 2013.
Tolkien, J. R. R. O Silmarillion. HarperCollins, 2019.
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