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A Jornada do Herói (Parte 2 de 6): Há uma diferença entre conhecer a jornada e assistir a jornada

Vamos falar da Sétima Arte, Cinema, vamos assistir a “Jornada do Herói” nas “telonas”, mesmo que seja na telona da sua casa.

Afinal, o próprio Campbell (Campbell, 2020) diz que “o filme comunica. É concebido numa linguagem que fala aos jovens, e isso é o que conta.”

Antes de prosseguir eu agradeço ao leitores aqui pela oportunidade que me deram de revisitar dois filmes que fizeram parte da minha jornada e dos quais gosto muito, um deles talvez ainda seja o meu “preferidinho”, porém já advirto, pode ser que não se tratem de “obras primas” do cinema para você, todavia são indiscutivelmente obras de “Cultura Pop” de muito alcance, aclamadas.

Já foi dito que a Literatura, assim como o Cinema, não acontece sozinha, está dentro de todo um sistema de cultura, que incluindo a Popular (ou Pop, se quiser diferenciá-las) e essa cultura, por sua vez, reflete sua época e as consequências de suas épocas anteriores.

Inclusive Campbell (Campbell, 2020) diz que “o herói público é sensível às necessidades da sua época” e, completa que ele “evolui à medida que a cultura evolui”.

Em outras palavras: O Herói não existe no vácuo!

Antes de falarmos sobre esses filmes, vamos retomar um pouco. O meu post anterior (Almeida, 2020), usando Música para exemplificar a “Jornada do Herói”, já gerou frutos, questionamentos. Então vou retomar a estrutura que estou apresentando, dividida em três atos, cada um deles com suas cenas.

A Jornada do Herói

Primeiro Ato: A apresentação

Esse é o momento em que o Herói é apresentado em seu lar, em sua rotina, em seu Mundo Comum, em uma narrativa linear isso acontecerá logo ao início da mesmo, porém, principalmente pensando em “multimídias”, poucas narrativas vem sendo feitas de forma linear. Assim, as suas cenas podem estar distribuídas por toda obra, ou mesmo serem apenas uma citação ou um flashback. 

A apresentação está dividida aqui em “Mundo Comum”, “O chamado para a Aventura”, “A recusa do Chamado” e “O encontro com o Mentor”, conforme já descrito no ultimo post (Almeida, 2020).

Segundo Ato: O Conflito

É durante este ato que o Herói passará por suas transformações, amadurecerá e para isso será testado, provocado, desafiado. Na maioria das narrativas é este ato que toma a maior parte da obra, em algumas quase sua totalidade, por isso uma de suas Cenas na verdade se repete, na forma de muitas outras Cenas, aqui chamo todas por “Testes, Aliados e Inimigos”, além dessa ainda teremos “Aproximação da Caverna Oculta”, “Provocação Suprema” e “Recompensa”, que completam o Ato.

Ainda mais que o primeiro Ato, a chance do Segundo ser pulverizado e misturado aos outros dois em uma narrativa é muito grande.

Terceiro Ato: A Resolução

Como o nome diz, "A Resolução" costuma ser o momento de apresentar as soluções, os louros Jornada, e, por costume, acontecerá ao término. Mas lembre-se narrativas mais complexas, ou propostas diferentes de narrativas podem usar suas Cenas e elementos em um momento qualquer da História.

Essa característica não linear e difusa de distribuição das Cenas é muito comum no cinema, talvez mais comum que na Literatura, diretores como Quentin Tarantino tornaram esse formato não linear muito popular, e filmes como Amnésia (Memento) abusaram tanto desse recurso ao ponto de seu DVD trazer um “Extra”: Assistir na ordem correta.

A resolução aqui será apresentada em três cenas “O Caminho de Volta”, “Ressurreição” e “Elixir”.

Outra questão é a aplicação dessa “Jornada do Herói” no momento da leitura, inclusive leitura de mundo, ou ao assistir um filme. Conhecer a “Jornada” e vê-la acontecer, ou lê-la, permitirá reconhecer o Herói da obra, novamente, não o Herói romântico, mas o objeto que conduz a narrativa, o Herói que é provado e purificado enquanto a história é contada.

Pode acontecer, e é mais comum do que se imagina, de ao analisar uma obra o Herói proposto aqui não ser reconhecido na personagem principal, no protagonista, e nem mesmo possuir características comumente atribuídas ao Heroísmo (coragem, bravura, etc), lembre-se, o Herói que falamos esta passando uma construção, está se fazendo Herói e isso pode, inclusive, estar acontecendo apenas no psicológico.

Curtindo a Jornada do Herói: O Mito da passagem para vida adulta

Um bom exemplo de um Herói “não óbvio”, muito menos protagonista, pode ser visto em um dos meus filmes preferidos dos anos 80: Curtindo a vida adoidado.

Os anos 80, talvez o ápice da Guerra Fria, as grandes empresas de computadores apresentavam seus primeiros computadores pessoais com interfaces gráficas, a música Pop era tomada por sintetizadores e ícones de estilo (com Michael Jackson e Madonna liderando o movimento) e toda a força e rebeldia do Heave Metal se mostrava também, enquanto os vídeo games começavam a se popularizar. Jeans, Mini saias, Jaquetas demonstravam nas roupas, em maioria muito coloridas, os resquícios dos anos 70 e seu amor livre.

Em 1986 o filme, “Curtindo a vida adoidado”, é apenas mais um daqueles filmes “oitentistas” de “sessão da tarde”, onde atores de 30 anos representam adolescentes de 16 anos, mas, ainda assim, um ícone da cultura POP. 

Referenciado até hoje pelo uso da “quebra da 4ª parede”, a última que me recordo foi em Deadopool. Ah... Falando em referências, assista o filme até o final, depois dos créditos. Muito antes da Marvel. 

Além disso o filme ainda tem uma participação de Charlie Sheen (Dois Homens e Meio) sendo Charlie Sheen.

Se você ainda não assistiu o filme, a minha recomendação é que assista antes de prosseguir a leitura. Como diz o título, você vai perceber que é diferente conhecer de assistir.

Curtindo a vida adoidado” conta um dia de aula, ou de “matar aula”, de Ferris Bueller, mas, apesar de ele ser a personagem principal, o protagonista, e centro de todas as ações, eu creio que ele não seja o Herói.

Sim, tudo o que ele faz dá certo, ele é o centro das atenções, parece até ter super poderes, mas... Para ele não há Jornada de fato, não há transformações, travessias ou limiares. Ferris é, na verdade, o Mentor.

Toda a história, por fim, trata da transformação de outra personagem, Cameron Frye, o melhor amigo de Ferris. Trata de sua jornada para a maturidade, para a vida adulta.

Campbell (Campbell,2020) indica que as iniciações primitivas têm base mitológica, “eliminação do ego infantil, quando vem à tona o adulto, seja menina ou menino”, e acrescenta: “Há mitos certos para cada estágio da vida”. 

O autor ainda completa sobre a importância desse tipo de Mito, apontando que o “grande problema na vida de qualquer jovem é encontrar modelos que sugiram possibilidades” e ainda que os “mitos formulam as coisas para você. Eles dizem, por exemplo, que você deve se tornar adulto, em determinada idade”.

Para Cameron “o encontro com o Mentor”, não acontece durante o filme, as falas deixam claro que são amigos de longa data (quanto possível para um adolescente).

Enganar o diretor e roubar o carro do pai rompe definitivamente o “primeiro limiar”, impedindo que o Herói regresse ileso para seu “mundo comum”. Cameron já sabe que, mesmo que retorne, seu pai perceberá as diferenças no carro.

O “mundo comum” de Cameron é apresentado no decorrer da história, Ferris finaliza essa apresentação logo na "aproximação da caverna oculta". Um lugar e posição social confortáveis, porém uma família disfuncional, comportamentos punitivos e uma noção inferior de sí mesmo, mesmo assim, Cameron ainda entende que tentar abandonar esse mundo pode ser mais doloroso o que o torna seu lugar de conforto.

Assim, quando Ferris lhe faz o chamado da aventura, literalmente, pelo telefone ele recusa o chamado primeiro por estar doente, depois por medo dos pais e por fim por simples medo. Mas a insistência de seu Mentor o convence por fim.  

Acompanhar o Ferris, fugir do diretor da escola, vencer o medo de altura e muitas outras fobias, “invadir” um restaurante de 1ª classe, ajudar o Ferris a fugir da irmã e mantê-lo escondido dos pais, confiar nas pessoas são os Testes e Inimigos que ele precisa enfrentar durante a Jornada (sem contar os inimigos internos e psicológicos mais profundos da puberdade), tendo como Aliados o próprio Mentor e sua namorada Sloane Peterson.

Uma Ferrari com uma quilometragem muito maior do que deveria e a promessa de um “pai assassino” representam muito bem a aproximação da caverna oculta neste filme, vale ressaltar que a “figura” final desta é uma garagem, uma espécie de caverna moderna eu diria. E a discreta recompensa de poder deixar o próprio Ferris preocupado além da percepção da amizade e de todos os prazeres daquele ano, pouco mais tarde reforçada pelo amadurecimento esperado.

Interrompida pela provocação suprema, um desastre, o pior que poderia acontecer para aquele adolescente, perder o carro tão amado de seu Pai (descrito como um “carrasco”). Impulsionado em um processo de catarse, revolta e alívio, que enfim o leva a ressurreição e o retorno para casa, para o seu mundo comum, mas agora renovado, renascido, mais forte e mais maduro.

Retornando com Autoestima e Coragem renovadas pelo elixir do amadurecimento, tendo feito a jornada que o permitiu amadurecer de garoto para homem.

Jornada para o Mundo Real: O mito do Escolhido, o Salvador

Em 1999, em algum lugar entre a distopia e o cyberpunk, aparece Matrix, provavelmente meu filme preferido (interessante que eu nem queria ir assisti-lo na época).

1999, último ano antes do “Bug do Milênio”, o tema “inteligências artificiais” que dominam o mundo é tão novo quanto Isaac Asimov, mesmo no cinema não é novidade. Mesmo assim, Matrix pareceu rejuvenescer o mercado, não apenas pelas inovações gráficas, mas por um roteiro que permite vários níveis de interpretação, para além do obvio.

O roteiro tem tantas camadas que só esse ano (mais de 20 anos depois) uma das diretoras revela que se tratava de uma alegoria a aceitação e transexualismo, jogada de marketing ou não, o roteiro permite essa interpretação, tão bem trabalhada é a questão do amadurecimento do Herói na obra.

Independente da afirmação acima, Matrix, é didático (no mínimo) quando falamos de Jornada do Herói. O mito do Salvador, do Escolhido, clássico revisitado em ficção cientifica. Quem quiser assistir suas continuações eu recomento assistir também o filme “Os dez mandamentos” (1956) e verificar se a trilogia tem algumas coincidências.

Campbell (Campbell, 2020) identifica essas narrativas como “o mito do nascimento do herói”. 

Aqui vamos falar apenas de Matrix, se você ainda não assistiu eu recomendo que conserte esse erro de sua vida antes de continuar e tomar a “pílula vermelha”.

Agora que assistiu deve ter percebido que a obra remonta vários mitos, mas principalmente o mito do Salvador, do Escolhido, como já dito. Campbell (Campbell, 2020) ao falar desse tipo de Mito traz um pensamento: “As mensagens dos grandes mestres – Moisés, o Buda, Cristo, Maomé – diferem em muitos pontos. Mas suas jornadas visionárias em grande parte se assemelham."

Como eu disse Matrix é didático em relação a Jornada do Herói

1º Ato: "Você quer saber o que é MATRIX?" 

O Mundo Comum

Thomas A. Anderson (Sr. Anderson) é um programador que atua como Hacker fora de seu emprego formal. O início do filme deixa claro o seu descontentamento com o trabalho e sua "vida civil".

O chamado para a Aventura

O chamado para a aventura vem por outros Hackers, primeiro Trinity, que invadiu o banco de dados da receita e conhece Morpheus, que supostamente teria a resposta para a principal pergunta do Sr. Anderson: "O que é MATRIX?"

A Recusa do Chamado

Entrar em contato com Trinity chama atenção das autoridades, "Agentes" vão atrás do Sr. Anderson e Morpheus tenta ir ao seu socorro, mas Sr. Anderson se nega a seguir suas instruções, se nega a aceitar ideias não confortáveis ao seu Mundo Comum.

O encontro com o Mentor

Apesar de já terem se falado e Sr. Anderson não ter aceitado seus conselhos, novos acontecimentos, inclusive o primeiro encontro com seu antagonista (agente Smith), abalam o Mundo Comum de Sr. Anderson e Morpheus o procura novamente,  desta vez pessoalmente e ele, finalmente,  o aceita como Mentor.

A travessia do primeiro limiar

Em Matrix, a travessia do primeiro limiar é literal e irreversível, de fato, dentro do contexto da obra. Deferente do que afirma Morpheus, o Sr. Anderson não escorrega pelo buraco do coelho como Alice, ele é consumido pelo espelho, isso sim.

“- Eu não posso voltar, não é?

- Não,  sinto muito.”

2º Ato: "Bem vindo ao deserto do mundo real."

Teste, Aliados e Inimigos

Logo ao passar pelo primeiro limiar Sr. Anderson é colocado a prova em vários testes (literalmente testes) realizados pelos seus próprios aliados, os outros tripulantes da Nabucodonosor, incluindo Trinity, Morpheus. Ah, também temos um Oráculo.

Os principais inimigos também já lhe foram apresentados, os “Agentes”, as Máquinas, a própria Matrix e, além disso, ainda há um traidor.

Claro que, como de costume, essa cena estende-se ou é repetida por várias outras provocações durante a maior parte do filme.

Aproximação da Caverna Oculta

A aproximação da caverna oculta se inicia com a captura de Morpheus, o que obriga o Sr. Anderson a digerir todas as informações que recebeu até agora rapidamente e começar, de fato a evoluir, amadurecer em seu papel de salvador.

Até chegar a uma caverna, quase literal, uma estação de metrô, onde Sr. Anderson demonstra todo o seu amadurecimento encarando a sua Provocação Suprema.

Provocação Suprema

Na cavernar, ou melhor, no metrô Sr. Anderson, em vez de fugir como lhe foi recomendado, resolve enfrentar o seu antagonista Ag. Smith. Como previsto pela jornada do Herói, simbolicamente o Sr. Anderson morre nessa batalha, ressurgindo como Neo. 

Recompensa

Neo assume o seu papel, reconhece sua posição e amadurece de fato, ainda assim precisa fugir.

"lembre-se, eu estou lhe oferecendo a verdade, nada mais"

3º Ato: "não existe colher"

O Caminho de Volta

Como disse Neo, mesmo evoluindo e amadurecendo, ainda precisa fugir e se coloca desesperadamente a caminho da rota mais próxima para “casa”. Fugindo dos Agentes que surgem por todos os lados.

Ressurreição

Prestes a chegar Neo é morto. Sim, literalmente morto e, sim novamente, ele literalmente ressuscita. Agora “O Escolhido” de fato.

De acordo com Campbell (Campbell, 2020) evoluir da “imaturidade psicológica para a coragem da auto responsabilidade e a confiança exige morte e ressurreição”.

Elixir

A obra finda com Neo voltando ao mundo comum, a Matrix (neste caso), mas com o elixir, ele é “O Escolhido” e agora ele pode mudar tudo.

“Não pense que é, saiba que é!”

Campbell faz uma reflexão que me parece muito adequada a Matrix e a importância dos Mitos na construção do indivíduo, que vem de encontro ao chamado do filme: 

“O sistema vai conseguir achatá-lo e negar a sua própria humanidade, ou você conseguirá utilizar se dele para atingir propósitos humanos?”

Uma caminho para várias Jornadas

Eu entendo que a Jornada do Herói foi concebida primeiro pela análise dos Mitos, mais tarde pela análise de obras e Mitologias mais Populares, como o próprio cinema, e vem sendo utilizada como uma ferramenta poderosa de análise de narrativas, identificando um mesmo fio condutor em todas elas.

Porém, eu não vejo problemas em usar o mesmo conjunto de informações para a produção de narrativas, aliás, eu tive acesso a primeira vez a “Jornada do Herói Mitológico” (Rincón, 2020) sob esta proposta, de se uma ferramenta de apoio para criar Narrativas paradidáticas mais interessantes.

Alias, Rincón (Rincón, 2020) afirma: “Segundo Campbell, seria possível estruturar qualquer história a partir do roteiro básico da ‘Jornada do Herói, e vice-versa, ou seja, é possível ‘desmontar’ as histórias, identificando nelas os passos que constituem a ‘Jornada’”.

Dessa forma, aqui eu deixo um convite para que você comece a praticar a observação da Jornada do Herói que venho mostrando, escolha um filme qualquer, que ainda não tenha assistido, assista e busque identificar os elementos da Jornada, os três atos e suas cenas.

Lembre-se, eles podem não estar em ondem como aqui, ou alguns elementos podem não estar claros ou presentes.

E então, como disse Morpheus: 

“cedo ou tarde você vai perceber, como eu percebi, que existe uma diferença entre conhecer o caminho e trilhar o caminho”.

Referências

Almeida , Davi Fontebasso M. A Jornada do Herói (Parte 1 de 6): Eu faço música fácil que é para o povo cantar junto. Disponível em https://clubeentrelinhas.blogspot.com/2020/09/jornada-do-heroi-parte-1-musica.html. 22.set.2020. Acessado em 23.set.2020.

CAMPBELL, JOSEPH. O PODER DO MITO: V A SAGA DO HEROI. Disponível em https://www.revistaartereal.com.br/wp-content/uploads/2014/02/A-SAGA-DO-HER%c3%93I-Joseph-Campbell.pdf. Acessado em 24.set.2020.

F5. Diretora de 'Matrix' diz que longa é metáfora sobre aceitação e transição de gênero. Disponível em https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2020/08/diretora-de-matrix-diz-que-longa-e-metafora-sobre-aceitacao-e-transicao-de-genero.shtml. 09.ago.2020.  Acessado em 23.set.2020.

Filmes Youtube. Memento (Legendado). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=eEk6SxotSDY. 14.nov.2015. Acessado em 23.set.2020.

Filmes Youtube. Os dez mandamentos. Disponível em https://youtu.be/gdSvINyujG4. 12.jul.2014. Acessado em 23.set.2020.

Ricón , Luiz E. II Simpósio RPG & Educação: A Jornada do Herói Mitológico. Disponível em https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/34032763/A_Jornada_do_Heroi_Mitologico.pdf?1403671365=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DII_Simposio_RPG_and_Educacao_A_Jornada_d.pdf&Expires=1600970185&Signature=OA281p44o1Cicgiq6uTiCqQQsI2PdrZKXhcEztkvBE9k92xyB0O4H2YuMORUWElqG8YanAbnJ4J7Jt7l3AyTjc5k5DjItEs7VP7AWsdR-~Id9caia9Ww7UKZGyrLGSEF3IMLdh7KYFkryfKdeMzJJT6POUSny8JKefo9Tm9cBd1wMteeTd20nKVixmQiEMT5CpHr4IujGq77ceuPdXzpUkHNfErb6A6Fr5MT-W4PcJOg43Uk9KuripIFFDRwiTpcodqK20Em69dNCO9aWOZ6tMj26v7O~ZNpMrLLrme2bDJ6GSRoOkpoj1A2HhkKVCgKUoqIgbif5s1IHJlos9-1vQ__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA.  Acessado em 24.set.2020.


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