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A Jornada do Herói (Parte 4 de 6): A Jornada da Infância

Agora estamos nos aproximando cada vez mais do nosso objeto de interesse principal aqui no grupo, os livros, a literatura.

Mas antes de chegarmos propriamente a estes, vamos ainda passar por outro momento de amadurecimento, as histórias infantis, ou contos infantis. Não que estes não possam compor livros maravilhosos, como eu disse escrever estes textos me remete a minha própria jornada, eu mesmo tive acesso a muitos livros de histórias infantis em minha infância, coleções lindas de contos para as crianças.

E eu entendo que estes são uma necessidade, sim, histórias e Jornadas diferentes para diferentes idades e momentos de maturidade. Campbell (CAMPBELL, 2020) diz:

Os mitos formulam as coisas para você. Eles dizem, por exemplo, que você deve se tornar adulto, em determinada idade.

Campbell (CAMPBELL, 2020) ainda faz várias afirmações nesse sentido, inclusive que “todos os mitos lidam justamente com a transformação da consciência, de um tipo ou de outro” e continua:

Um conto de fadas é o mito para a criança. Há mitos certos para cada estágio da vida. À medida que envelhece, você precisa de uma mitologia mais consistente.

Um ponto importante a ressaltar é que você tenha passado pela leitura dos posts anteriores desta série: “Eu faço música fácil que é para o povo cantar junto”, “Há uma diferença entre conhecer a jornada e assistir a jornada” e “Interação e Interatividade na Jornada do Herói”.

Neste post minha intenção é apenas demonstrar a jornada de meu ponto de vista, porém as explicações mais detalhadas deste ponto de vista vieram sendo construídas por toda a série

Assim, neste post vamos falar na Jornada do Herói nas “historinhas”. 


Chapeuzinho Vermelho

Texto completo disponível em http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=1 acessado em 29.set.2020

O Mundo Comum (1º Ato)

Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma menina de olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.

Um dia, com um retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou uma belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e os olhos negros da menina.

Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-la de “Chapeuzinho Vermelho”.

Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair de casa. Morava numa casinha, no interior da mata.

De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam alguns mantimentos.

O chamado para a Aventura  (1º Ato)

Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das quais a avó gostava muito mas, quando acabou de assar os quitutes, estava tão cansada que não tinha mais ânimo para andar pela floresta e levá-las para a velhinha.

Então, chamou a filha:

— Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para a vovó, ela gostará muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de cozinhar.

— Vou agora mesmo, mamãe.

A Recusa do Chamado (1º Ato)

Nesta versão da história não identifiquei a Recusa do Chamado, mas me recordo de quando escutava e quando contava essa história, “de cabeça”, e sempre dizia que a Chapeuzinho reclamava um pouco antes de aceitar a tarefa.

O encontro com o Mentor (1º Ato)

— Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho, sem desviar do caminho certo. Há muitos perigos na floresta!

— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe. A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A vovó gostava de comer as broinhas com manteiga fresquinha e geléia.

(O encontro com o Mentor, de fato, parece não acontecer, mas em se tratando da relação maternal, a mãe é facilmente identificada neste papel.)

A travessia do primeiro limiar (1º Ato)

Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada e escura. No meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, o ruído dos machados dos lenhadores.

A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na frente um lobo enorme, de pêlo escuro e olhos brilhantes.

Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que ela devia ser macia e saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só. Mas não teve coragem, temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu usar de astúcia.

— Bom dia, linda menina — disse com voz doce.

— Bom dia — respondeu Chapeuzinho Vermelho.

— Qual é seu nome?

— Chapeuzinho Vermelho

. — Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho, onde está indo assim tão só?

— Vou visitar minha avó, que não está muito bem de saúde.

— Muito bem! E onde mora sua avó?

— Mais além, no interior da mata.

— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho.

— Numa casinha com as venezianas verdes, logo29 após o velho engenho de açúcar.

O lobo teve uma idéia e propôs:

— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e você poderá seguir por este. Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta.

— Um, dois, três, e já! — gritou o lobo.

A Recusa do Chamado (1º Ato)

Também, quando ouvia esta história, ou contava, muitas vezes aqui o Lobo tinha um trabalho maior para convencer a Chapeuzinho, na verdade até fazia com que ela tomasse um caminho errado, e ela era resistente a isso.

Teste, Aliados e Inimigos (2º Ato)

Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera para ele o trajeto mais breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó.

Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas enormes patas.

— Quem é? — perguntou a avó.

O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder:

— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro de geléia e manteiga fresca.

A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu:

— Puxe a tranca, e a porta se abrirá.

O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou a pobre vovozinha, antes que ela pudesse gritar.

Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das cobertas e ficou à espera de Chapeuzinho Vermelho. A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho, parando aqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora ficava observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um pouco para colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma procissão de formigas e correu atrás de uma joaninha.

Aproximação da Caverna Oculta (2º Ato)

Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta.

— Quem está aí? — perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz.

Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensou que fosse porque a vovó ainda estava gripada.

— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, um pote de geléia e manteiga bem fresquinha!

Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder:

— Puxe o trinco, e a porta se abrirá.

— Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta.

O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando aparecer a touca que a vovó usava para dormir.

Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no armário, minha querida netinha, e venha aqui até a minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudará a me aquecer um pouquinho.

Provocação Suprema (2º Ato)

Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito da doença? E foi reparando:

— Oh, vovozinha, que braços longos você tem!

— São para abraçá-la melhor, minha querida menina!

— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem!

— São para enxergar também no escuro, minha menina!

— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem!

— São para ouvir tudo, queridinha!

— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem!

— É para engolir você melhor!!!

Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu a pobre Chapeuzinho Vermelho.

Teste, Aliados e Inimigos (1º Ato)

(como de costume estende-se, ou são distribuídos, por toda a história)

— Agora estou realmente satisfeito — resmungou o lobo. Estou até com vontade de tirar uma soneca, antes de retomar meu caminho.

Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito menos barulho.

Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal!? Vou dar uma espiada.”

Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu?

O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga parecendo um grande balão!

O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo, que já matara muitas ovelhas e cabritinhos.

— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver!

Ressurreição (3º Ato)

Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para31 atirar, mas então lhe pareceu que a barriga do lobo estava se mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó, sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu ainda possa ajudar!”.

Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve, começou a cortar a barriga do lobo ainda adormecido.

Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho, na segunda, uma cabecinha loura, na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora.

— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor, assim poderá libertar minha avó, que o lobo comeu antes de mim.

O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu também a vovó, um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva.

Recompensa (2º Ato)

— E agora? — perguntou o caçador. — Temos de castigar esse bicho como ele merece!

Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma grande quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador que arrumou tudo bem direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes que havia feito.

Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre as árvores e aguardaram.

Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido indigesta a vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que, quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do córrego.

Elixir (3º Ato) 

O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas. Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da mamãe: “Não pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo seu — caminho”.

O Caminho de Volta (3º Ato)

A história acaba nesta versão, mas fica implícito seu retorno para casa da Mãe depois da aventura.

Perceba que por ser uma história muito conhecida essa talvez não seja a versão que você mais leu ou ouviu, mas deve estar próxima. Também não é considerada a mais politicamente correta. Seja como for a Jornada do Herói, o Monomito, está lá, presente, mesmo se tratando apenas de uma “Histórinha Infantil”.


Ali Babá e os Quarenta Ladrões

(Está análise é baseada no conto disponível em http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=35 acessado em 29.set.2020)

Era uma vez um jovem chamado Ali Babá. Ele viajava pelo reino da Pérsia levando e trazendo notícias para o rei.

Numa das viagens, enquanto descansava,ouviu vozes. Subiu numa árvore e viu quarenta ladrões diante de uma enorme pedra. Um deles adiantou-se e gritou: ''Abre-te Sésamo!''

A enorme pedra se moveu, mostrando a entrada de uma caverna, os ladrões entraram e a pedra fechou-se.

Quando os ladrões saíram, Ali Babá resolveu experimentar e gritou para a pedra: ''Abre-te Sésamo!''

A enorme pedra se abriu e Ali Babá entrou na caverna. Viu um imenso tesouro e carregou o que pôde no seu cavalo e partiu direto em direção ao palácio para pedir a filha do sultão, por quem estava apaixonado há muito tempo, em casamento. Quando o sultão viu o dote,aceitou imediatamente.

Ali Babá ficou muito feliz e resolveu contar para todos que ia se casar. Mas para isso precisava comprar um palácio para a sua princesa. Voltou à pedra e falou: ''Abre-te Sésamo!''

Um dos ladrões estava escondido e viu Ali Babá sair da caverna carregando o tesouro. O ladrão foi contar aos outros o que viu e decidiram pegá-lo. Com as jóias, Ali Babá comprou um palácio para sua amada e avisou a todos que daria uma festa no dia do seu casamento.

Os ladrões, sabendo da festa, enfiaram-se em tonéis de vinho vazios para atacar Ali Babá à meia-noite, quando estivesse dormindo. A festa foi tão alegre que o vinho acabou. Ali Babá então, foi à adega verificar se havia mais e, sem querer, escutou um susurro: ''Já deu meia-noite?'' perguntou um dos ladrões.

''Já, mas esperem a festa acabar! Aí vamos pegar aquele que está usando o nosso tesouro.''

Voltando à festa, Ali Babá disse: ''O vinho estragou e preciso de ajuda para levá-lo daqui.''

Alguns guardas ajudaram a levar os tonéis até um despenhadeiro. ''Vamos jogá-los lá em baixo'', disse Ali Babá.

Ao perceber que seriam jogados, os quarenta ladrões estregaram-se aos guardas. Com os ladrões presos, Ali Babá ficou com o tesouro. E a princesa e ele viveram felizes para sempre com a fortuna encontrada.

A jornada de Ali Babá

No primeiro ato, mundo comum apresente um jovem viajante, um mensageiro a serviço do rei. Ali Babá.

O chamado para aventura acontece “por acaso” quando o jovem vê a porta de uma caverna mágica sendo utilizada, com as palavras “Abre-te Sésamo”.

Nesta versão não há recusa do chamado, mas me recordo de meu Avô me contando essa história e ele sempre incluía um dilema ético aqui, além de mais magia, Ali Babá teria que assumir certos compromissos com a caverna e isso lhe levava a ser mais resistente.

Também aqui, a versão de meu Avô, Ali Babá conversava com a Caverna e essa tentava guiar e auxiliar os seus passos, sendo neste ponto o encontro com o mentor. Na versão apresentada aqui não consigo identificar um Mentor. 

Na narrativa apresentada do conto a travessia do primeiro limiar acontece de fato quando Ali Babá é vista pela segunda vez pegando tesouros da caverna, a partir deste ponto, mesmo sem saber, ele não poderia mais retornar.

Então vamos ao segundo ato que por ser essa versão, bastante resumida, acontece quase todo de uma vez, os Teste, Aliados e Inimigos, são apresentados na forma do plano dos ladrões, os próprios ladrões e os guardas, a aproximação da caverna oculta (percebam que é uma adega, praticamente uma caverna mesmo) é a aproximação da meia noite e o término da festa e a provocação suprema é vencida com a ajuda dos guardas e a rendição dos ladrões. A recompensa é o próprio tesouro que fica com Ali Babá.

O terceiro ato aqui, como em muitos contos fica a cargo de uma única frase: “viveram felizes para sempre”. Sem mais explicações nós já imaginamos, está no imaginário coletivo, o que seria “felizes para sempre”, então compreendemos que Ali Babá retorna ao seu mundo, faz o caminho de volta, mas renovado, após a ressurreição do casamento com sua amada, e com o elixir da riqueza e desta relação.

Uma mesma jornada, uma jornada para cada história.

Percebam que nas histórias infantis uma simplicidade, algumas vezes, é exigida da Narrativa, assim, como já vínhamos falando, a Jornada é transformada em favor da qualidade da Narrativa e do significado do Mito pretendido.

Nos dois exemplos vimos que mesmo alguns elementos sendo suprimidos eles são implícitos as experiências as quais nos referenciam, assim, sua ausência textual não se torna realmente uma ausência na compreensão do leitor, ou ouvinte, de acordo com Arantes (Arantes, 2020): “A este núcleo invariável de acontecimentos que permeia os mitos, Campbell deu o nome de Monomito” e “caso um ou outro dos elementos básicos do padrão arquétipo seja omitido [...] é provável que esteja de uma ou de outra maneira, implícito”.

A Jornada do Herói está presente.

Referências

Arantes, João M. BETTOCCHI, Eliane. Jornada da Personagem Heroica no Mito e no Conto. Ouro Preto: XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012. Acessado em 30.set.2020.

CAMPBELL, JOSEPH. O PODER DO MITO: V A SAGA DO HEROI. Disponível em https://www.revistaartereal.com.br/wp-content/uploads/2014/02/A-SAGA-DO-HER%c3%93I-Joseph-Campbell.pdf. Acesado em 24.set.2020.

Coles, Stephen. AliBaba. Disponível em https://www.flickr.com/photos/23806189@N00/235542781. 06.set.2016. Acessado em 30.set.2020. 



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